Doenças de Gatos

– ACNE FELINA

– CISTITE INTERSTICIAL

– DERMATITE PSICOGÊNICA

– FIBROSSARCOMA

– FiV (VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA) e FeLV (VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA)

– HEMOBARTONELOSE

– HIPERESTESIA

– INSUFICIÊNCIA RENAL

– LESÃO DE REABSORÇÃO ODONTOCLÁSTICA (L.R.O.F)

– LIPIDOSE HEPÁTICA

– PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF)

– SÍNDROME UROLÓGICA

– SÍNDROME DE PANDORA ou Cistite Intersticial Felina

– TOXOPLASMOSE

– TUMOR DE MAMA

– VÔMITOS



Acne Felina

A acne felina geralmente se manifesta no queixo e lábio inferior do gato.
São pontinhos pretos que parecem sujeirinhas ou “cacas” de pulgas.
Se não tratada ela vai evoluir, vai inchar, inflamar, formar bolhas de pus e será algo doloroso e extremamente desagradável para seu gato.

O que fazer se identificar isso em seu gato?
Levar ao veterinário para que ele possa dar o diagnóstico!

O que causa a acne felina?
Existem muitos palpites a respeito, mas ainda não apontaram uma causa extata.
Os principais palpites são que o seu gato pode ter alergia causada pelas bactérias que se formaram em seu potinho plástico, alergia ao plástico, ou ao corante utilizado no plástico,
Uma boa maneira  de ajudar no tratamento é fazer a substituição dos potinhos plásticos por potinhos de aço inox, cerâmica ou vidro e lavar os potinhos com frequência!

*  Não utilizar potes de alumínio.

Qual é o tratamento?
Isso somente um veterinário poderá dizer, dar o diagnóstico e  avaliar o estágio em que está a acne.
É importante saber que a Acne Felina tem tratamento e que você, substituindo os potes plásticos e mantendo sempre limpos os potinhos.

Fonte: Postado em 01/10/2015 em https://gatoegateiro.wordpress.com/2015/10/01/acne-felina/

Veja também: http://gatinhobranco.com/?p=2040


Cistite Intersticial Felina

Modificação Ambiental Multimodal (“MEMO”)

para tratamento da CISTITE INTERSTICIAL FELINA

 

Há uma grande similitude entre a cistite intersticial humana e a felina.

Em ambas as espécies é os sintomas pioram em situações de estresse e em mudanças ambientais.

Tanto em gatos como em humanos, a quantidade de fibras nervosas sensoriais na mucosa vesical está aumentada, assim como a quantidade de mastócitos, responsáveis pela liberação de histamina, também estão em maior número na bexiga desses indivíduos que sofrem da doença.

 

Gatos que apresentam repetidamente certos sinais, são fortes suspeitos de sofrerem de Cistite Interticial, como:

– dificuldade e dor ao urinar,

– periúria (micção em lugares inapropriados),

– hematúria (sangue na urina), sem a presença de cálculos urinários ou

– infecção bacteriana urinária.

 

Acredita-se que o papel do ambiente é de fundamental importância no desenvolvimento da doença.

Animais que vivem confinados em lugares pequenos, monótonos e previsíveis possuem um risco maior em desenvolver a cistite, associado à predisposição genética do indivíduo.

Assim como ambientes com muitos gatos, aonde a competição por espaço é aumentada e a possibilidade de conflitos é maior.

Várias enfermidades foram associadas ao estresse ambiental, como problemas comportamentais, obesidade, diabetes, hipertireoidismo e urolitíases.

Na verdade, qualquer mudança no dia-a-dia do gato pode iniciar ou reincidivar uma cistite intersticial.

Em um estudo, foi demonstrado o aumento do número de casos de hematúria e estrangúria em gatos na Califórnia, após um terremoto. (Caston,1973)

A “MEMO”, ou Modificação Ambiental Multimodal é um conjunto de medidas ou recomendações ao tutor de gatos, a fim de diminuir a probabilidade da ativação do sistema de resposta ao estresse do felino.

Baseia-se na educação do tutor, mudanças na relação entre o gato e outras pessoas ou animais do ambiente:

– alterações na alimentação, evitando-se situações ou fontes de estresse, além de aumentar a ingestão de água,

– melhorar a limpeza e o manejo das liteiras, sempre procurando mantê-las em locais calmos e seguros para o gato,

– montar estruturas e mobílias altas para que o felino possa escalar e “abrigar-se”, aonde eles possam “vigiar” o ambiente, sentindo-se seguros.

– tentar resolver os conflitos entre os indivíduos que coabitam o lugar, identificando as “fontes” de estresse e

– aumentar a interação entre o tutor e o gato.

 

Em um estudo (Buffington et al, 2006), 46 gatos com histórico de cistite intersticial foram submetidos a MEMO, dentre estes, cerca de 33 animais apresentavam comportamento medroso ou inseguro,e cerca de 25% eram agressivos.

A grande maioria não estava sendo tratado com nenhum fármaco.

O acompanhamento foi aproximadamente por 10 meses, onde 75% dos animais não apresentaram mais sinais de Cistite Interticial,como hematúria ou polaciúria.

Foi observada também uma melhora em outros quadros clínicos associados ao estresse, como problemas respiratórios (tosse e espirro) e dermatites.

Os autores relataram que a MEMO deve ser instituída antes mesmo da terapia farmacológica, ressaltando que nem medicamentos e nem mudança na alimentação são satisfatórias quando utilizadas sem o enriquecimento ambiental.

É importante salientar para o tutor o caráter multifatorial da doença e que a resposta ao tratamento é totalmente individual, dependente de cada caso.

No site www.indoorcat.org encontram-se importantes instruções aos tutores para ajudar no enriquecimento ambiental.

Postado em 31-12-2011

Dr. Reginaldo Pereira, Médico Veterinário especializado em Medicina de Felinos

Fonte: http://medfelina.blogspot.com.br/2011/12/modificacao-ambiental-multimodal-para.html

Para conhecer melhor a doença e seus sintomas, veja também:
CISTITE INTERSTICIAL em humanos
http://www.criasaude.com.br/N6103/doencas/cistite-intersticial.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cistite_intersticial

 


 

Dermatite Atópica – Eczema

 

Dermatite Atópica, Eczema ou Neurodermite é uma doença atópica não-contagiosa, caracterizada por inflamação crônica da pele  com lesões avermelhadas.
Além do rubor, os eczemas podem apresentar vesículas, pápulas, pústulas e descamação da pele.
O ressecamento da pele, prurido e coceira ocorrem com frequência.

A dermatite atópica é uma desordem do sistema imune que, sem causa aparente, formula respostas inflamatórias contra fatores ambientais.
Dermatite atópica difere de outros tipos de dermatite por não se tratar de uma alergia, ou seja, não há a necessidade de contato prévio com alguma substância ou material.

Sabe-se, também, que alguns fatores de risco funcionam como gatilho das crises. Entre eles destacam-se:
estresse emocional, ambientes secos, substâncias irritantes (pó, conservantes, produtos de higiene e limpeza, tecidos de lã e sintéticos, frio intenso, calor e transpiração).

Ainda não se conhecem as possíveis causas da dermatite atópica mas hereditariedade pode ser uma delas. Pode ainda estar associada a outras atopias como bronquite, asma, rinite.
Há evidências de que alergias alimentares podem desencadear episódios de dermatite atópica.
Há indicações de que os estados emocionais alterados, como tristeza, ansiedade ou angústia, pioram a doença.

O uso de sabonetes e detergentes deve ser evitado uma vez que removem a camada lipídica da pele o que contribui para maior desidratação das áreas acometidas pela dermatite.
Usa-se o tratamento tópico para criar proteção contra a desidratação da pele.

Há evidências de que o controle ambiental possa melhorar o quadro de dermatite atópica.
Entre estes, a umidificação do ambiente é o que demonstra ser mais eficaz.


Terapias complementares e técnicas auxiliares de controle da ansiedade podem ajudar.
Compressas com Chá de Barbatimão (planta medicinal) ajudam a cicatrizar as feridas.

Texto adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Dermatite_at%C3%B3pica


 

Dermatite Psicogênica em Felinos

Dr. Reginaldo Pereira, Médico Veterinário especializado em Medicina de Felinos

Psicogênica: diz-se da doença ou transtorno orgânico provocado por causas psicológicas.

Dermatopatias relacionadas a problemas comportamentais estão tornando-se muito comuns na clínica diária.

Entretanto o diagnóstico pode ser difícil, sempre se posicionam no último degrau do diagnóstico diferencial.

Conhecimentos atuais sobre o comportamento dos felinos, novas técnicas dermodiagnósticas e o surgimento de novos fármacos facilitam o clínico a chegar a um quadro conclusivo.

Quatro substâncias estão intimamente ligadas a problemas comportamentais.

Todas são importantes neurotransmissores responsáveis pela regulação do SNC, organização, adaptação e assimilação do indivíduo em relação ao meio que o cerca:
a dopamina, a noradrenalina, a serotonina e o GABA.

A dopamina está envolvida na regulação da atividade motora,excitação e agressão.

Sinais de estimulação dopaminérgica são: ptialismo, diarréia, agressividade, comportamentos estereotipados, diminuição do sono e ingestões aberrantes.

A noradrenalina e a adrenalina são responsáveis pela modulação da vigilância,a sensibilidade e a reação do organismo às mudanças ambientais.

Estados de ansiedade, taquicardia, taquipnéia, micções emotivas e hipervigilância são os sinais mais comuns de disfunção deste sistema.

A serotonina é o hormômio do equilíbrio, reduz a sensibilidade da pele, a dor e o prurido.

Importante para o comportamento social normal, aprendizado, capacidade de concentração e memória.

A deficiência desta causa estados depressivos e graves quadros pruriginosos.

O GABA (ácido gama-aminobutirico) praticamente têm ação inibitória sobre os outros sistemas, com regulação motora, sensorial e cognitiva.

Qualquer desequilíbrio entre estes sistemas provoca respostas comportamentais patológicas.

O stress, depressão e estados ansiosos por deprivações e isolamento ou disputas territoriais desencadeiam uma cascata de eventos, virando a chamada bola-de-neve.

Quando o animal passa a se lamber, ele estimula a liberação de serotonina, na tentativa de diminuir a percepção nociceptiva, liberando também a endorfina – o que dá uma sensação de alívio e bem-estar.

Este círculo vicioso de lamber, mordiscar e coçar, pode se perpeturar gerando problemas comportamentais estereotipados:

– corridas, mordiscamento de unhas, cauda

– hipersensibilidade: hiperestesia dorso-lombar e intolerância ao carinho.

Os sintomas clínicos são: alopécia auto-induzida, com pelos de aspecto quebrado, podendo ser simétrica, afetando abdomem ventral, flancos, costas e faces das coxas.

Geralmente com a cronificação dos sintomas surgem eritemas e erosões cutâneas.

A alopécia pode ser focal, quando o gato lambe ou até mesmo chupa partes delimitadas do corpo, como membros dianteiros, cauda, tronco, omoplatas, flancos, desenvolvendo o aspecto de dermatite acral.

Lambeduras insistentes no nariz podem desenvolver erosões triangulares no plano nasal e úlceras indolentes nos lábios.

Sinais mais dramáticos podem ser visualizados em casos mais graves, como mutilação e necrose de tecidos, principalmente a cauda e o arrancamento de unhas.

Quase sempre o animal afetado apresenta sintomas não-dermatológicos associados, o que é importante para a diferenciação do diagnóstico.

Distúrbios comportamentais causam alterações somáticas perceptíveis como: taquicardia/taquipneia, diarreia, bulimia.

Sinais de ansiedade, como corridas,mordiscadas e agressividade ou inibição profunda(estado depressivo).

O plano diagnóstico deve ser minucioso, começando com uma rica anamnese, estudando o ambiente e os contactantes possíveis, alterações no diário do animal, alimentação, comportamento de eliminação etc.

Exames laboratoriais são fundamentais, por que doenças parasitárias e alérgicas são bem mais comuns do que as comportamentais, o que não proíbe também de ocorrem concomitantemente.

Portanto uma pesquisa de ectoparasitas e fungos, cultura fúngica, citologia e até biópsia devem ser consideradas.

O tratamento deve ser basicamente o comportamental, mesmo não chegando a uma causa direta, o comportamento alterado deve ser desestimulado.

Por exemplo, no início de uma lambedura, começa-se um jogo ou brincadeira com o gato, desviando sua atenção.

O ambiente onde vive deve ser enriquecido ao máximo com móveis e brinquedos.

Animais depressivos devem ser estimulados a sair e conhecer novos ambientes externos, estimulando a curiosidade.

Muitos gatos não devem ser acariciados, o que pode estimular agressividade e a sensibilidade local.

Infelizmente, na prática, sem o tratamento com fármacos a possibilidade de cura é mais difícil. Podem ser prescritos ansiolíticos e antidepressivos […]

O “Feliway” é sempre recomendado para o acondicionamento do felino, em todos os problemas comportamentais.


Dr. Reginaldo Pereira
Medico Veterinário Especialista em Felinos – Membro da Abfel – Fortaleza, CE
http://www.veterinariodefelinos.com.br – E-mail: medfelis@hotmail.com – MSN: filhorps@hotmail.com
Fonte: http://medfelina.blogspot.com.br/2009/12/dermatites-psicogenicas.html

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Dermatite Psicogênica em Felinos

Alopecia ou Dermatite Psicogênica (neurodermatite) é uma inflamação crônica da pele produzida por lambedura constante.

Quando a dermatite não está presente, a queixa pode ser a lambedura excessiva de pelos [1].

Sabe-se que a anormalidade primária é um excesso na higiene dos pêlos que podem resultar de uma ansiedade nervosa.

A ansiedade pode ser causada por fatores psicológicos, como fenômenos de deslocamento.

Alguns gatos lambem vigorosamente uma área particular até que farpas curtas na língua produzam alopecia, abrasão, ulceração e infecção secundária.

Outros gatos lambem e mordem delicadamente uma área mais disseminada, de forma que a alopecia é a lesão predominante.

Ainda tem aqueles que mastigam seu pelo ou pele, ao passo que outros mastigam e arrancam seus pelos [2].

Os felinos são animais tão territoriais que uma modificação na ordem de dominância no território apresenta grande potencial de ansiedade.

Outros fatores são: cães latindo, chegada de uma nova criança, mudança para uma casa nova ou alguma modificação na casa atual.

Se estes problemas puderem ser modificados ou removidos, o animal pode melhorar sem nenhum tratamento ou com um tratamento que dure 30 dias a base de drogas ansiolíticas.

O uso de medicamentos tópicos são de pouco valor, visto que, o animal imediatamente os lambe [3].

Propôs-se que o estresse pudesse induzir uma elevação nos níveis de hormônio adrenocorticotrófico e hormônio estimulante dos melanócitos, os quais por sua vez, aumentariam a produção de endorfinas[4].

Muitos tratamentos para dermatite psicogênica possuem efeitos colaterais potenciais, podem requerer administrações frequentes e alguns são muito caros.

Dois Casos

Este trabalho tem como objetivo descrever dois casos de dermatite psicogênica em felinos, os quais foram tratados com amitriptilina.

Material e métodos

Foram atendidos na área de Clínica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no mês de agosto, dois animais da espécie felina, fêmeas, com idades entre um e cinco anos.

Nos dois casos o histórico clínico foi semelhante.

Os proprietários queixavam-se de perda progressiva de pelos ao longo da região abdominal ventral e nas faces internas e externas dos membros pélvicos.

Na anamnese, permitiu-se constatar que em um caso houve separação do casal, onde o marido (que era o proprietário da gata), foi embora de casa deixando o animal com sua ex-mulher;  no outro caso houve introdução de novos animais na casa (outros felinos).

Em ambos os casos, foi relatado pelos proprietários excesso de cuidados com a higiene e lambedura por parte dos animais.

Segundo as informações colhidas, os dois animais apresentavam ingestão de água e alimentos normais, porém mudaram seu comportamento após a ocorrência dos fatos citados.

Ao exame físico, verificou-se completa normalidade dos parâmetros clínicos.

Na inspeção dermatológica, revelaram-se pêlos com aparência quebradiça e partidos em um caso, e áreas totalmente alopécicas com leves ulcerações circulares no outro caso.

Para estabelecer o diagnóstico, foi realizado o raspado de pele nos dois casos e foi solicitada a observação microscópica das amostras preparadas.

Resultados e discussão

O resultado do exame parasitológico direto do raspado de pele, revelou ausência de ácaros ou fungos.

Porém pode-se notar certo traumatismo nas hastes pilosas, sendo bem visível suas extremidades partidas.

Então, por exclusão de outras dermatopatias, estabeleceu-se o diagnóstico clínico de dermatite psicogênica felina, baseados no raspado de pele e na anamnese.

Diante do diagnóstico, estabeleceu-se o tratamento com amitriptilina nos dois casos.

No primeiro caso, em que o marido abandonou o animal com sua ex-mulher, foi aconselhado que ele levasse o animal para morar com ele e observasse se seu comportamento mudava.

No segundo caso, que foi a introdução de outros animais na casa, foi aconselhado que o proprietário desse uma atenção maior ao seu animal, observando sempre seu comportamento e se dedicando mais a ele.

amitriptilina foi prescrita na dose de 1mg/kg por via oral, uma vez ao dia durante 30 dias e com volta marcada após o término do tratamento para reavaliação.

Os dois casos relatados, desenvolveram-se após situações que provocaram alterações no comportamento dos felinos.

Por se tratar de uma dermatite psicogênica, a tricotilomania (mania de arrancar pelos) tem seu diagnóstico firmado por exclusão de outras causas de alopecia e prurido, associado ao histórico clínico do paciente.

Junto ao tratamento com amitriptilina, o proprietário também foi instruído sobre a necessidade de mudança no manejo e na sua atitude com relação ao animal.

Agradecimentos e Referências […]

Vários autores – Fonte: http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0396-1.pdf

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Leia mais sobre DERMATITE PSICOGÊNICA

http://avidacomgatos.blogspot.com.br/2012/05/dermatite-psicogenica-em-gatos.html

http://www.center.vet.br/dermatite.html


FiV  e  FeLV

Por: Dra. Claudia Veronica Calamari – Médica Veterinária, MSc, PhD – Colaboração: M.V. Ricardo Duarte Lopes

O FeLV(Vírus da Leucemia Felina) e o FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) estão entre os causadores de doenças infecciosas mais comuns em gatos.

São causadas por 2 diferentes tipos de retrovírus, pertencentes ao gênero dos Oncornavírus (FeLV) e ao gênero dos Lentivirus (FIV), sendo que o FIV pertence à mesma família do vírus causador da imunodeficiência humana (AIDS).

O FIV é responsável apenas pela doença específica dos felinos, não existindo qualquer risco de infecção para o humano. São vírus frágeis e instáveis no meio ambiente, sendo facilmente inativados pelo calor ou por desinfetantes domésticos e detergentes comuns, sem necessidade de utilização do vazio sanitário prolongado.

A infecção por algum destes vírus compromete o sistema imunológico do animal hospedeiro, interferindo na sua capacidade de combater infecções, predispondo o organismo a uma variedade de doenças secundárias recidivantes ou persistentes.

O gato contrai o vírus da imunodeficiência felina através da saliva, quando é mordido ou arranhado por um gato infectado, ou através do contato sexual durante a cópula. As fêmeas podem transmitir o vírus aos filhotes por via transplacentária ou através da amamentação se forem infectadas antes da gestação.

Os sintomas da FIV na fase inicial caracterizam-se por febre, aumento dos gânglios linfáticos e aumento da susceptibilidade às infecções intestinais e cutâneas por um período de 4 a 6 semanas após o contagio. Animais jovens ou com um sistema imunológico competente podem apresentar uma fase latente ou subclínica na qual não se observam sinais da doença durante anos. Com o passar do tempo e o avanço da idade os gatos contaminados tendem a apresentar um severo comprometimento do seu sistema imunológico tornando-se susceptíveis a uma grande variedade de infecções crônicas.

FeLV

O vírus causador da leucemia viral felina pode ser transmitido através da saliva, secreções nasais e lacrimais, urina e fezes de gatos portadores. Um gato saudável pode se infectar após lambedura mútua com outro doente ou através de fômites. Os filhotes de gatas infectadas também podem nascer infectados por meio de contaminação transplacentária ou adquirir o vírus durante a amamentação. Cerca de 80% dos filhotes que adquirem o vírus nestas condições morrem na fase fetal ou neonatal, e os que resistem podem manter-se em viremia persistente.
Após a infecção por FeLV, gatos com o sistema imunológico competente podem combater e eliminar o vírus no estágio inicial. Já os animais com o sistema imunológico debilitado permanecem contaminados, dando origem a diversas complicações sistêmicas, como infecções secundárias, alterações hematológicas e até neoplasias.
A evolução da doença pode ser classificada em categorias de acordo com a característica da patogenia:

– Regressiva (viremia transitória ou latente): devido a uma resposta imune eficiente, observado em 30% dos gatos sadios expostos ao FeLV. Podem apresentar testes positivos na fase inicial, mas tornam-se negativos posteriormente, pois o organismo neutraliza o vírus;
– Progressiva (viremia persistente): devido à falha no desenvolvimento de uma resposta imune efetiva. Geralmente estes animais desenvolvem sintomas e apresentam testes positivos;
– Latência: o vírus sai da circulação sanguínea, porém permanece seqüestrado na medula óseea, replicando-se sem deixar as células, podendo ser responsáveis pelo desenvolvimento de anemias e neoplasias. Podem apresentar testes sorológicos negativos;

Gatos portadores assintomáticos e aparentemente saudáveis podem transmitir FIV e FeLV por não apresentarem sinais clínicos da doença durante semanas, meses ou até mesmo anos após o contágio inicial, tornando-se fontes potencialmente contagiantes para outros indivíduos contactantes.

Sinais Clínicos:

Dentre os sinais clínicos mais comuns observados na FIV e FeLV podem ser citados:

– anorexia
– depressão
– perda de peso/caquexia
– alterações comportamentais

FIV

Os sinais clínicos da FIV podem apresentar 5 estágios distintos:

– Fase aguda: inicia-se de 4-6 semanas pós infecção com desenvolvimento de febre, leucopenia, esplenomegalia e hepatomegalia. Cerca de 4 meses pós infecção pode ser encontrada hipergamaglobunemia devido ativação policlonal inespecífica dos linfócitos B. Os anticorpos contra FIV só começam a ser produzidos pelo sistema imunológico cerca de 3 a 6 semanas após o contágio e tornam-se detectáveis por teste a partir de 4 a 8 semanas;
– Fase subclínica: animal geralmente sem sintomas, podendo apresentar neutropenia e linfopenia;
– Fase clínica: gatos podem demonstrar linfoadenopatia generalizada, febre, inapetência e perda de peso;
– Fase crônica: com manifestações secundárias, como o desenvolvimento de lesões em cavidade oral, infecção no trato respiratório, febre, diarréia, alterações hematológicas (anemia, linfopenia, neutropenia e trombocitopenia), neoplasias e alterações neurológicas;
– Fase terminal: devido à extrema debilidade do organismo, não têm controle sobre as infecções secundárias e podem desenvolver doenças sistêmicas severas (falência renal, hepática, pancreática ou linfoma);

FeLV

Os sinais clínicos estão associados às infecções secundárias e à imunossupressão como:

– Halitose devido a gengivites ou estomatites
– Dermatites recorrentes e abscessos
– Otites
– Infecções das vias aéreas
– Enterites
– Anemia não regenerativa
– Leucopenia com neutropenia, linfopenia e trombocitopenia ou leucocitose por linfocitose
– Linfoma
– Fibrossarcoma
– Doenças mieloproliferativas

Diagnóstico:
O Provet disponibiliza exames laboratoriais complementares que auxiliam o veterinário no diagnóstico da suspeita clínica de FIV e FeLV como:
– Hemograma Completo: para avaliação das desordens hematológicas;
– Eletroforese de Proteínas: para o estudo da resposta imunológica;
– Análise Citológica de Linfonodos, aumento de volumes e líquidos cavitários: para identificação de atividade linfocitária e desenvolvimento de neoplasias;
– Citologia de Medula óssea: para caracterização de doenças mieloproliferativas;
– Ultrassonografia Abdominal: para identificação de linfoadenomegalia interna, hepatomegalia e esplenomegalia;
– Testes Sorológicos: qualitativos ou confirmatórios, através de diferentes técnicas (ELISA, RIFI, PCR, Western Blot) a partir de amostras sanguíneas para a detecção de anticorpos contra FIV e do vírus da FeLV.

Como proceder para a interpretação dos testes sorológicos:
Devido aos diferentes estágios de desenvolvimento da doença, é possível obterem-se resultados divergentes com a situação clínica do paciente. Para correta interpretação dos testes algumas condições devem ser consideradas:

Elisa Negativo:
– infecção pré-aguda
– Infecção regressiva
– ausência de infecção
Caso persista a suspeita da doença, recomenda-se a repetição do teste com intervalo de 4 a 6 semanas.

Elisa Positivo:
– Animais sintomáticos: infecção persistente.
– Possibilidade de resultado falso positivo (FeLV) em animais que tiveram contato recente com o vírus (viremia transitória).
– Sem sinais clínicos: recomenda-se reavaliação sorológica após 6 a 8 semanas para caracterização de infecção regressiva.

Prevenção e Controle
A forma mais eficaz de impedir a disseminação dessas doenças inicia-se com um diagnóstico confiável, devido às diferentes síndromes clínicas. Os animais positivos devem permanecer reclusos e separados dos animais sadios, a fim de se evitar a exposição e propagação dos agentes infecciosos através das secreções.

Leitura complementar sugerida:
• http://bdtd.ufrrj.br/tde_arquivos/3/TDE-2008-06-24T113359Z-436/Publico/2008-%20Daniel%20de%20Barros%20Macieira.pdf
• http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-17012011-143731/publico/Bruno_Marques_Teixeira.pdf
• http://www.ufrgs.br/actavet/33-1/artigo612.pdf
• TEIXEIRA, B.M.; RECHE JUNIOR, A.; HAGIWARA, .M.K. Clinica Veterinária, n. 88, p. 54-66, 2010.
• HAGIWARA, M.K.; JUNQUEIRA-JORGE, J.; STRICAGNOLO, C. Clínica Veterinária, n.66, p.44-50, 2007.

Fonte: Provet – http://www.provet.com.br/artigo/veterinarios/as-doencas-que-assombram-nossos-gatos-fiv-e-felv/21/


 

Fibrossarcoma Felino

Definição

O Fibrosarcoma é um tumor maligno com origem nos Fibroblastos.

É o sarcoma mais comum em gatos e ganhou relevância com a descrição em 1991 de um subtipo de Fibrossarcomas associados a inoculações (injetáveis).

A localização acrescida de um número tumores na região interescapular (sítio comum de administração de injetáveis) e a visualização de material estranho nas biópsias levou à hipótese de estes tumores estarem associados a determinado tipo de injetáveis, nomeadamente vacina da Raiva e Leucose Felina.

De fato, estas duas vacinas são inativadas e de forma a aumentarem a sua eficácia recorrem a adjuvantes- substância que provoca uma resposta inflamatória no local da inoculação e, desta fora, expor o sistema imune aos antigénios da vacina.

Ora, a relação entre inflamação e cancro é conhecida há centenas de anos quando foi descrita pelo médico Grego Claudius Galenus e hoje sabemos que estados inflamatórios crónicos podem evoluir para cancro.

Pensa-se que a inflamação local leva a desregulação e alteração da proteína p53 e consequente desenvolvimento do tumor.

O Sarcoma associado a locais de inoculação possui uma incidência de 1/1000 a 1/10000 gatos e distingue-se dos sarcomas “clássicos” pelo seu comportamento mais agressivo e surgimento em animais mais jovens.
Histologicamente pode ser observado um material estranho correspondente ao adjuvante e é mais comum ocorrer um infiltrado linfóide periférico.

Sintomas

A apresentação típica consiste na deteção pelo proprietário de um nódulo cutâneo duro e não móvel.

Ao contrário dos cães, os nódulos cutâneos benignos não são comum em gatos e a presença de qualquer elevação deve ser encarada com precaução.

Ressalva-se que o surgimento de um nódulo no local de vacinação pode ser normal nos primeiros dias e não consiste motivo de preocupação.

O seu aumento de tamanho ou persistência no tempo deve levar o proprietário a procurar aconselhamento veterinário.

Diagnóstico

O diagnóstico é confirmado por biópsia da massa. A citologia poderá também ser utilizada.

Tratamento

O tratamento do Fibrossarcoma é cirúrgico.

A experiência do cirurgião é um dos fatores de prognóstico mais importantes nesta doença.

A cirurgia deve ser realizada com amplas margens e as hipóteses de sucesso diminuem com o número de cirurgias, isto é, uma cirurgia posterior não tem as mesmas hipóteses de sucesso que a primeira cirurgia.

A quimioterapia pode estar indicada para tumores de elevado grau de malignidade, embora este tipo de tumor só metastiza em 30 % dos casos sendo que a recidiva local (aparecimento d tumor no mesmo local original) é mais comum.

pequenos, localizados em zonas de fácil acesso cirúrgico e operados por um cirurgião experiente têm boas possibilidades de cura.

Prevenção

A prevenção deste tipo de tumores consiste na limitação do uso de injetáveis subcutâneos em gatos, principalmente vacinas com adjuvante.

Um gato que viva exclusivamente dentro de casa não têm indicação para ser vacinado com a vacina da Leucose Felina diminuindo assim o risco de desenvolver o Fibrossarcoma.

Fonte – http://chv.pt/pt/unidades/oncologia/fibrossarcoma/detalhe.html

* A Leucose (ou Leucemia) Felina é uma doença infecciosa causada pelo Felv (Feline Leukemia Virus) e transmissível através da saliva infectada quando os gatos se lambem uns aos outros, partilham pratos de comida e água ou brigam. Não é transmissível a outras espécies.


 

Hemobartonelose

Hemobartonelose (haemobartonellosis, anemia infecciosa felina) é causada por uma ricketsia: Haemobartonella felis.

É um parasita microscópico que invade as células vermelhas do sangue, causando sua destruição.

Ele nem sempre produz doença, podendo o gato ser portador assintomático.

Quando produz doença, se acopla a parede das hemácias de forma cíclica.

A anemia que causa é regenerativa, porque não causa dano à medula óssea, o que deve ser levado em conta na hora do diagnóstico.

Em muitos gatos a hemobartonelose ocorre após stress.

O hematozoário é transmitido pela picada do carrapato ou pulga.

Outros modos de transmissão são via placentária, da mãe para os filhotes, por mordidas e transfusão de sangue.

São hematozoários felinos: Hemobartonella, Cytauxzoonosis, Erlichia.

Fases da Doenças:

. Fase aguda: Esplenomegalia (aumento do baço)

. Fase crônica: febre; hematúria (sangue na urina); mucosas descoradas pela anemia profunda; epistaxe (perda de sangue pelo nariz); perda de peso; redução do apetite; petéquias (pequenas hemorragias subcutâneas); podendo ocorrer hemorragia gastrointestinal (devido ao rompimento de pequenos vasos) e icterícia; histórico de infestação por carrapatos, pulgas.

Cerca de 1/3 dos gatos não tratados morrem da infecção.

Os animais se tornam portadores para o resto da vida, mesmo se recuperando da doença.

Em casos de comprometimento do sistema imunológico, por causa viral, stress ou administração de corticosteróide, a doença retorna.

Achados do hemograma:

*Trombocitopenia = Queda do número de plaquetas, o que leva a hemorragias.

*Alterações leucocitárias =
leucopenia (queda de leucócitos),
neutropenia (queda de neutrófilos),
linfocitose (aumento de linfócito),

monocitose (aumento de monócitos).

Pode ocorrer leucocitose (aumento de leucócitos), mas é menos frequente.

Esfregaço de sangue periférico: visualização dos parasitas.

Mas é difícil, necessita ser repetido varias vezes.

Tratamento por oxitetraciclina por 3 semanas e anti-anêmico.

Existe uma alta incidência de hemobartonela em gatos portadores de Leucemia Infecciosa. Mas a doença pode ocorrer independentemente.

De qualquer forma, quando ocorre uma anemia severa que não responde ao tratamento para Hemobartonelose, deve-se fazer teste para Leucemia.

Deve-se fazer um controle efetivo de pulgas, já que a doença é transmitida de um gato para outro, através da picada de pulgas.

Não há casos relatados de Hemobartonela em humanos.


http://www.becodosgatos.com.br/hemobarto.htm

Mais informações:

http://www.revistapulodogato.com.br/materias/ler-materia/78/hemobartonelose-doenca-sanguinea


 

Hiperestesia Felina, Síndrome da

Quem conhece gatos sabe que eles podem agir de modo peculiar ou meio “maluquinho”.

Às vezes vêem coisas que não estão lá, começam a correr loucamente por nenhuma razão aparente e podem ir de anjos a demônios em um piscar de olhos.

Essas atitudes numa forma exagerada são componentes de uma síndrome conhecida como Hiperestesia Felina.

Gatos afetados por essa síndrome demonstram as mais bizarras mudanças de comportamento, parecendo estar alucinando, agindo de forma maníaca, esquizofrênica ou até como se tivessem sido “possuídos”.

SINAIS CLÍNICOS
– Ataques repentinos de hiperatividade ou comportamento agressivo;
– Lambidas obsessivas pelos flancos ou cauda (possivelmente levando à perda de pelos);
– Cauda a chicotear, fixação pela cauda, perseguir a cauda ou ataques viciosos à cauda;
– Pupilas dilatadas ou olhar estranho;
– Retesamento da pele do dorso (às vezes a doença é referida como “Rolling Skin Desease”);
– Aparentes alucinações – como perseguir coisas que não existem ou fugir de adversários que também não estão lá;
– Vocalização, choro, miados altos;
– Extrema sensibilidade ao toque (hiperestesia) ao longo do dorso;

– Repentinas mudanças de humor, variando de muito dócil a extremamente agressivo;
– Todos ou qualquer dos sinais acima progredindo para convulsões;
– Ataques ocorrendo constantemente, todos os dias.

Possíveis Causas
A síndrome tende a se manifestar pela primeira vez em gatos adultos.

Ninguém realmente sabe quais são as causas, mas existem algumas possibilidades:
– Como alguns gatos desenvolvem, durante ou após os ataques, convulsões, é possível que a condição apareça como resultado de aberrações da atividade elétrica nas áreas do cérebro que controlam as emoções, a auto-limpeza ou comportamento predatório.
– A doença pode também ser uma forma do transtorno obsessivo-compulsivo.
– Uma tendência herdada para comportamentos maníacos precipitados pelo estresse.
– Alguns gatos afetados foram diagnosticados com lesões patológicas nos músculos ao longo do dorso. Supõe-se que as lesões possam causar irritação local, sensibilidade alterada e/ou dor.

Continua em http://dicaspeludas.blogspot.com.br/2012/05/sindrome-da-hiperestesia-felina_3990.html

Leia mais:

Esquizofrenia Felina ou Síndrome da Hiperestesia Felina – Dr. Glauber, MV

http://glaubermartins.blogspot.com.br/

Veja o vídeo de um gato com Hiperestesia Felina:

https://www.youtube.com/watch?v=1Q-cIM2X-IE#t=103


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Insuficiência Renal CrônicaCuidados com o gato com diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC)

Insuficiência do Rim, Insuficiência Renal, Doença do Rim

Animais Afetados

Gatos de qualquer raça, sexo ou idade podem ser afetados, entretanto, animais mais velhos desenvolvem a doença com maior frequência.
A insuficiência renal crônica em gatos ocorre por volta dos nove anos.[…]
Todos os animais e seres humanos podem ser afetados pela insuficiência renal crônica.

Visão Geral

Como os rins são órgãos vitais para a sobrevivência, a insuficiência renal crônica pode comprometer imensamente a vida de um gato.
Quando funcionam apropriadamente, os rins filtram os resíduos da corrente sanguínea, que serão excretados pela urina.
Um gato com mal funcionamento renal pode beber quantidades cada vez maiores de água e urinar com maior frequência na tentativa de retirar da corrente sanguínea os resíduos que os rins não têm mais capacidade de eliminar através da urina.

Eventualmente, os esforços do gato para compensar a própria insuficiência renal mostram se insuficientes.
Com o agravamento da doença, podem ocorrer muitas complicações.
Úlceras na boca e no estômago, anemia e infecções do trato urinário são consequências comuns em gatos portadores de insuficiência renal crônica.
A pressão alta, que pode levar à cegueira, é uma das complicações mais graves.
Geralmente, os gatos mais idosos têm insuficiência renal crônica e a doença tende a piorar com a idade.

Sinais Clínicos

Embora a poliúria e polidipsia sejam os primeiros sinais observados em cães com insuficiência renal crônica, apenas uma pequena quantidade de gatos apresentará estes sinais.
Em geral, os proprietários observam letargia, anorexia, e perda de peso em seus animais.
Vômitos, diarreia, úlceras gastrointestinais, fraqueza e intolerância a exercícios também são observados com frequência.
Caso haja hipertensão, esta pode levar à cegueira de um dia para o outro.
Resultados de exames físicos normalmente incluem desidratação, rins pequenos ou irregulares, caquexia, palidez das mucosas, úlceras orais e hálito urêmico.

Sintomas

Se um gato sofre de insuficiência renal crônica, seu proprietário poderá perceber sintomas típicos como cansaço, perda de apetite e perda de peso.
Vômitos, diarreia, ingestão de água de lugares pouco habituais, aumento da quantidade de urina na caixa de areia, feridas na boca, mal hálito, fraqueza e facilidade para se cansar com qualquer atividade.
Se o gato tem pressão alta, pode ocorrer perda de visão repentina.

Descrição

Os rins exercem várias funções de manutenção, vitais para o estado geral de saúde do gato.
Eles filtram os resíduos para fora da corrente sanguínea e os excretam para a urina.
Os rins também controlam os níveis de eletrólitos, de PH, e o estado de hidratação do gato.
Além disto, os rins produzem hormônios essenciais como a eritropoietina, que estimula a medula óssea a produzir novos glóbulos vermelhos.
Quando os rins começam a falhar, os sistemas orgânicos do gato começam a fazer ajustes em compensação.
Por exemplo, o gato pode passar a beber mais água e a urinar com mais frequência, numa tentativa de “se livrar” dos resíduos acumulados na corrente sanguínea e que deveriam ter sido eliminados pelos rins.
Em algum momento, entretanto, o volume das disfunções vai avassalar o gato e ocorrerão sintomas mais sérios de insuficiência renal crônica.
Na época em que os exames mostrarem alterações significativas que alertarem o veterinário para a presença de insuficiência renal, 75% do total do rim já devem ter parado de funcionar corretamente.
A causa mais comum da insuficiência renal crônica é o processo normal de envelhecimento.
A doença é progressiva e irreversível, ou seja, o prognóstico ou perspectiva de recuperação do gato é ruim.
O tratamento, entretanto, pode trazer alívio de curto prazo aos sintomas e melhorar a vida do gato por algum tempo.
Um gato com insuficiência renal crônica pode viver de algumas semanas a alguns anos com a doença, dependendo da gravidade e do estágio de evolução da doença.

Diagnóstico

O veterinário irá diagnosticar a insuficiência renal crônica após um exame completo e testes de laboratório, tais como hemograma completo, bioquímica do sangue e análise de urina.
Outros exames que podem ser feitos incluem cultura da urina, radiografia, ultrassonografia, e tomada da pressão sanguínea.
Biópsias do rim, através de ultrassom ou cirurgia, podem fornecer informação adicional sobre a causa da insuficiência renal.

Prognóstico

O prognóstico de longo prazo para a insuficiência renal crônica é ruim, já que a doença é progressiva e irreversível.
O gato tem uma expectativa de vida que varia de alguns meses a alguns anos.
Alguns animais apresentam complicações graves que não podem ser revertidas mesmo com tratamento intensivo.
A eutanásia é uma opção para os animais que estão em grande sofrimento.

Transmissão ou Causa

A maioria dos casos de insuficiência renal crônica é idiopática, ou seja, não tem causa específica.
Gatos mais velhos tendem a desenvolver a doença porque há um declínio normal no funcionamento dos rins com a idade.
Há certas condições médicas que tendem a resultar em insuficiência renal crônica, tais como, doença renal herdada ou congênita, toxinas nos rins, alta contagem de cálcio no sangue, e a glomerulonefrite, em que se verifica inflamação do Glomérulo (unidade funcional do rim).
Outras doenças associadas à insuficiência renal incluem: infecção renal, policistite, pedras no rim, peritonite infecciosa dos felinos, obstrução urinária crônica e câncer.
Além destas, existe um problema chamado amiloidose renal, em que há uma distribuição de proteínas dentro do rim, que pode levar a um quadro de insuficiência renal.

Tratamento

Gatos com insuficiência renal crônica muito grave necessitam de internação para tratamento com soro intravenoso, suporte nutricional e medicamentos.
Manifestações menos graves da doença podem ser tratadas em casa com medicamentos e dieta apropriada.
O veterinário pode recomendar determinados tipos de ração para gatos, que só estão disponíveis com prescrição médica que contém baixos níveis de proteínas, fósforo e sódio e devem, portanto, reduzir a sobrecarga sobre os rins.
Outros medicamentos são indicados para controlar alguns sintomas da insuficiência renal, tais como, náusea, inapetência, desequilíbrio mineral e eletrolítico, deficiências hormonais e pressão sanguínea alta.
É importante que haja água fresca todo o tempo ao alcance dos gatos afetados pela doença.
O veterinário pode ensinar ao proprietário como administrar soro suplementar sob a pele, na chamada terapia líquida subcutânea.
Este método é geralmente recomendado para animais com insuficiência renal crônica de moderada a grave.
Recomenda-se a repetição de exames regularmente para monitorar a doença.
O número de visitas ao médico veterinário irá variar de acordo com a gravidade da doença do gato e de sua resposta ao tratamento.

Prevenção

Gatos que sejam suspeitos de predisposição genética para o desenvolvimento de doença renal não devem ser cruzados.
Gatos adultos e idosos devem ser monitorados para a detecção de sintomas anormais e devem receber atenção médica caso surjam sinais clínicos.


Fonte: RenalVet – http://www.renalvet.com.br/nefrologia/croni-fel/

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Cuidados com o gato com diagnóstico de

Doença Renal Crônica (DRC)

MANEJO DE DIETA

O beneficio da modificação da dieta no manejo da doença renal crônica em gatos tem sido bem documentada. A proteína, quando metabolizada, resulta em toxinas que os rins com alterações não conseguem excretar. A redução da quantidade de proteína na dieta vai diminuir a produção de ureia e creatinina, melhorando os sinais clínicos, como perda de peso, diminuição do apetite, vômito e letargia. Hoje encontramos dietas específicas no mercado para animais com doença renal crônica. Para saber qual é a dieta mais indicada, consulte sempre o Médico Veterinário.

CONTROLE DOS NÍVEIS DE POTÁSSIO NO SANGUE

A diminuição dos níveis de potássio no sangue é muito comum em felinos com doença renal crônica e, assim, muitas vezes o animal deve receber suplementação via oral. O animal com níveis baixos de potássio pode ter fraqueza muscular, ficando mais quieto e apático, podendo ter parada cardiorrespiratória até morrer. A suplementação de potássio pode ser feita em apresentações palatáveis especificas para gatos (líquido, pastas, óleos), aumentando a facilidade de administração em gatos.

SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS E ÔMEGA 3

Gatos com doença renal perdem muitas vitaminas hidrossolúveis, devido a excessiva quantidade de urina produzida devido a falha renal. Assim sendo, gatos com doença renal crônica devem receber suplementação vitamínica diária.
As dietas específicas para gatos com doença renal crônica normalmente têm restrição de proteínas, de fósforo e sódio e, ultimamente, elas apresentam suplementação de omega 3, pois se descobriu que esses ácidos graxos apresentam uma ação protetora dos rins.

CONTROLANDO A EXCESSIVA PERDA PROTÉICA URINÁRIA

A perda de proteínas pela urina (proteinúria) é uma das características do gato com doença renal crônica, podendo inclusive ser detectada precocemente. O aumento da perda de proteínas indica uma progressão desfavorável da doença com comprometimento glomerular. A perda de proteína pode ser determinada pelo exame de relação proteína/creatina urinária.

Os inibidores da ECA são normalmente os medicamentos de escolha no tratamento de aumento da pressão glomerular, “protegendo” os rins.

RESTRIÇÃO DE FÓSFORO

Realizado pelo controle da ingestão através do manejo da dieta e do uso de medicamentos que impedem ou diminuem a absorção de fósforo no intestino, já que a lesão renal impede a excreção normal de fósforo.

FLUIDOTERAPIA

Apesar de existir recursos para aumentar a ingestão de água no dia a dia do gato (como, por exemplo, com rações úmidas ou adicionando água a comida), esse aporte de água somente não é suficiente em gatos com doença renal crônica. Assim sendo, a maioria desses gatos necessitam de fluidoterapia subcutânea.

Muitos gatos toleram bem esse procedimento e alguns clientes conseguem fazer isso adequadamente em casa. Essa fluidoterapia é feita, inicialmente, todo dia e depois pode ser feita em dias alternados ou em uma frequência menor, na dependência dos sinais clínicos do gato em casa.

Não existe um consenso do momento exato de quando a fluidoterapia subcutânea deve ser iniciada em um gato com DRC, mas, de acordo com a experiência clínica, os gatos são mais sensíveis às alterações de hidratação e têm uma melhora clínica mais evidente, principalmente em relação ao apetite e atividade quando recebem fluidoterapia subcutânea, sem uma relação clara com a melhora de níveis de ureia e creatinina, quando comparado com os cães.

CONTROLANDO A PRESSÃO ARTERIAL

O aumento da pressão arterial ocorre em aproximadamente 20% a 50% dos gatos com DRC que chegam em clínicas veterinárias. Na doença renal crônica, a pressão de perfusão nos glomérulos tende a estar aumentada. O aumento da pressão arterial sistêmica pode ser estendida ao glomérulo causando maiores danos aos mesmos. Se essa pressão aumentada não for controlada, a hipertensão sistêmica pode causar danos ao cérebro, aos olhos e ao coração.

A hipertensão arterial é o maior fator de risco para a progressão da doença renal crônica em humanos e ratos, e evidências tem sido mostradas que isso também é válido em cães, e presumivelmente verdadeiro em gatos.

Gatos com doença renal crônica devem ter a sua pressão arterial avaliada sempre que possível. A hipertensão em gatos é considerada quando a pressão sistólica é maior que 160 ou 170 mmHg e a diastólica maior que 100 mmHg. Se a hipertensão foi identificada, o tratamento para controle da pressão é indicado.

NÁUSEA, VÔMITO E PERDA DE APETITE

Com a falência renal, os níveis de gastrina tendem a aumentar, causando aumento da acidez gástrica e gastrite, tendo como consequência, náusea, vômito, perda de apetite e possivelmente úlceras gástricas que justificam o uso de tratamento apropriado.

ANEMIA

Com a falência renal, ocorre também uma diminuição na produção de eritropoetina, hormônio responsável pela estimulação da medula a produzir hemácias. Assim, é muito comum a anemia em gatos com DRC. Isso pode ser corrigido aplicando-se hormônio de acordo com a orientação do Médico Veterinário.
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Fonte – http://petcare.com.br/blog/cuidados-com-o-gato-com-diagnostico-de-doenca-renal-cronica-drc/


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Lesão de Reabsorção Odontoclástica dos Felinos

L.R.O.F.

 

A Lesão de Reabsorção Odontoclástica dos Felinos (L.R.O.F.) é atualmente um grande enigma dentro da Odontologia Veterinária.
Isto porque, apesar de inúmeros estudos e pesquisas em todo o mundo, ainda se desconhece a verdadeira causa e o melhor tratamento para esta afecção.

Esta doença acomete apenas os felinos.
Apesar de existirem outras formas de reabsorção dental nas mais variadas espécies, a maneira como a L.R.O.F. se desenvolve é descrita somente em gatos.
Estudos mostram que aproximadamente 60% dos gatos terão ao menos um dente acometido ao longo da vida, e que quanto mais velhos os animais, maiores as chances de desenvolver a L.R.O.F.
Depois da doença periodontal, esta é a afecção mais comum na cavidade oral dos felinos domésticos.

O problema todo se inicia devido à atividade de células especializadas chamadas odontoclástos.
Estas células, em condições normais, são responsáveis pela reabsorção das raízes dos dentes decíduos apenas, e uma vez que eles deixam de existir na boca dos animais, elas não mais deveriam agir.
Ainda não se sabe o porquê, mas em um determinado momento na vida dos gatos, elas retomam o processo de reabsorção nas estruturas dos dentes, desta vez, nos permanentes.

Fatores nutricionais, metabólicos, imunológicos, infecciosos têm sido implicados em estudos da L.R.O.F., mas de concreto ainda não se chegou a um consenso.
A doença é classificada conforme o grau de acometimento, indo desde a reabsorção de esmalte e/ou cemento apenas, até o comprometimento total das estruturas dentárias, com perda total do elemento dental (coroa e raiz).
Pode ou não estar relacionada a processo inflamatório local.

Normalmente esta reabsorção se inicia no colo do dente, e os sinais clínicos mais comuns são:
– inflamação e/ou hiperplasia da gengiva ao redor do dente acometido;
– salivação;
– animal com dificuldade para apreender ou “mastigar” os alimentos (dor!);
– animais “correm” da comida” (dor!);
– diminuição ou falta de apetite do animal;
– lesões nos dentes parecidas com cáries;
– perda dos dentes sem causa aparente.

Já foram tentados tratamentos restauradores (similar ao que se faz em dentes cariados nos humanos) mas na maioria dos casos, o processo de reabsorção ainda continuava por debaixo das restaurações.
O tratamento mais preconizado ainda é, infelizmente, a extração dos dentes acometidos.
Como se desconhece a causa exata desta afecção, é muito difícil instaurar um tratamento que seja realmente eficaz.
A prevenção também é bastante discutida, uma vez que a doença também é encontrada mesmo em animais que apresentam boa higienização oral.

Após a extração, os animais passam a se alimentar melhor e parecem perder os sinais de dor.
É importante salientar que mesmo após o tratamento ter sido realizado (extração de um ou mais dentes), não quer dizer que a lesão não vá mais ocorrer no mesmo animal; pode ser que outros dentes venham a ser acometidos, como pode ser que o paciente nunca mais tenha novamente a LROF.

O mais importante, portanto, é a constante avaliação da cavidade oral dos felinos, bem como a correta orientação aos proprietários de gatos quanto a L.R.O.F. e seu tratamento.

M.V. Alexandre Venceslau, CRMV-SP 13557
Fonte em 17/04/2017 – http://www.vetdent.com.br/vet-afeccoes-lrof.htm


 

Lipidose Hepática em Felinos

Dra. Carla Diele

 

Ao ler o título deste artigo, a maioria das pessoas pode pensar que se trata se algo estranho, diferente e incomum, ainda mais se tratando de gatos. Ledo engano.

Antes do ponto final espero esclarecer os proprietários dos felinos e chamar a atenção para essa enfermidade de fácil ocorrência.

O gato pode ser acometido por algumas doenças que são próprias da espécie, como a lipidose hepática idiopática.

É uma doença grave e pode ser fatal caso o proprietário não perceba a tempo.

Esta enfermidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, levando a disfunção deste órgão.

É bastante comum em gatos de diversas idades e não há diferença quanto à raça ou sexo.

Os sintomas são progressivos, o proprietário geralmente relata que o animal parou de comer (anorexia), vômitos, perda de peso e apatia.

O gato também pode estar ictérico (pele e mucosas amareladas).

A doença ocorre muitas vezes após situação de estresse, como a chegada de um novo animal ou membro da família, mudança de casa, durante uma doença crônica, após cirurgia e algumas vezes está associada com histórico de obesidade.

Mas atenção! O termo idiopática sugere que não tem causa definida, ou seja, o animal simplesmente desenvolve a doença sem motivo aparente.

Se seu gato parou de se alimentar, fique atento!

Gatos são muito sensíveis e seu abatimento é visível em 1 ou 2 dias sem comer.

Neste caso, será preciso restabelecer o equilíbrio metabólico do animal através de alimentação forçada, pois se o gato não ingerir os nutrientes necessários, a doença pode se agravar e o animal pode desenvolver encefalopatia, coma e consequentemente vir a óbito!

Quanto mais cedo diagnosticar a lipidose hepática maior a chance de cura.

O proprietário de vê ficar alerta para alguns sinais: vomito + anorexia, já é mais que o suficiente para correr para uma clínica veterinária.

Um gato sem disposição para comer por um dia já é muito preocupante!

O tratamento além da medicação consiste em assegurar que o gatinho se alimente.

A maioria dos gatos requer a alimentação forçada (orientada por um médico veterinário) que pode ser através de seringas de 10 ml, feito pelo próprio proprietário em casa ou por meios de tubos de alimentação, realizado pelo veterinário na clínica.

A dieta deve ser rica em proteínas com nutrientes e calorias apropriados, vitaminas e suplementos realizada de 6 a 8 vezes ao dia.

A dieta deve ser líquida para melhor digestão e absorção e facilitar a passagem pelo tubo ou seringa.

A terapia indicada pela veterinária deve ser seguida à risca. As revisões devem ser mantidas fielmente, para que o profissional possa fazer acompanhamento do peso corporal do animal, o grau de hidratação e de icterícia, além de refazer os exames de sangue.

À medida que o animal demonstrar interesse pela dieta, a alimentação forçada deve ser diminuída.

Quando animal estiver ingerindo normalmente a quantidade necessária de nutrientes, a alimentação forçada deve ser interrompida.

O sucesso do tratamento vai depender muito do amor e dedicação da pessoa ao gato.

Carla Diele – Médica Veterinária, CRMV-RJ 6165 –  http://www.saudeanimal.com.br/lipidose.htm


 

PIF – PERITONITE INFECCIOSA FELINA

A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma síndrome viral causada por um coronavirus.
Há vários tipos de coronavírus no mundo (várias formas de gripe humana são causadas por coronavírus que atacam apenas humanos).
Aqui, refere-se a uma espécie que ataca apenas felinos: o coronavírus felino (FECV).
A PIF afeta o intestino, o fígado, os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais.
Possui duas formas: a não-efusiva (seca) e a efusiva (úmida), sendo que nesta última há a formação abcessos nos órgãos afetados.

Existem muitas incertezas quanto à PIF, seja quanto às causas, quanto ao tratamento ou mesmo quanto à prevenção (existe atualmente uma vacina em teste, com resultados muito duvidosos).

Estatisticamente, a maior parte dos gatos afetados pela PIF têm menos de dois anos de idade.

A PIF é causada por um vírus chamado coronavírus.
Existem dois tipos de coronavírus.
O primeiro se chama coronavírus felino entérico (FECV), que é diferente da temida PIF.
Ele pode causar episódios de diarreia leve e transitória.
Entretanto, o gato positivo para esse tipo de coronavírus normalmente vive vida longa e normal.
Estima-se que entre 30% e 40% da população felina total no mundo apresente anticorpos para o coronavírus entérico (FECV).
Este índice se eleva para 80% a 90% em gatis (criadores ou abrigos).

O coronavírus entérico (FECV) é altamente contagioso.
O contágio acontece quando um animal saudável ingere fezes contaminadas.
O coronavírus pode também ser transmitido aos filhotes, na gestação ou amamentação.
Vale lembrar que gatos com acesso à rua estão sempre vulneráveis à contaminação pelo coronavírus, que pode estar presente no solo.

Já a temida PIF é causada pelo outro tipo de coronavírus (FIPV).
Acredita-se que a PIF ocorra quando o coronavírus entérico (FECV) muta dentro do organismo do felino e evolui para a PIF (FIPV).
A PIF é portanto uma doença secundária do coronavírus, e as duas não se confundem.
As causas dessa mutação ainda são desconhecidas, mas especula-se que haja predisposição genética.
Especula-se também que a fragilização do sistema imunológico (desencadeada por situações de stress, desnutrição, acometimento por vermes, ou outros problemas de saúde, como a FIV e FELV) possa levar à mutação.

Apenas 1% da população contaminada pelo coronavírus entérico (FECV) irá realmente desenvolver a PIF (FIPV).
A mutação é, portanto, considerada rara.
Por essa razão, a PIF propriamente dita não é considerada contagiosa, já que depende de circunstâncias internas do organismo do felino.

Estudos apontam ainda que os gatos com PIF não expelem o vírus mutado em quantidades significativas, razão pela qual um gato dificilmente transmitirá o vírus mutado a outro.
Além disso, acredita-se que os gatos infectados com a versão benigna do coronavírus [o coronavírus entérico (FECV)] sejam imunes ao vírus mutado expelido pelo gato em estágio avançado de PIF.
Assim, eles só desenvolverão a PIF caso o coronavírus benigno mute dentro do próprio organismo, e não por contágio de outros gatos.

Como existe suspeita de que haja predisposição genética à mutação do coronavírus, quando um gato de criador apresenta essa susceptibilidade, é possível que seus descendentes também a manifestem, podendo observar-se uma alta incidência de PIF naquele gatil.
Essa incidência não deve ser interpretada como evidência de que a PIF seja contagiosa, pois na verdade há uma concentração de gatos da mesma família que apresentam uma predisposição genética compartilhada para a mutação.

Comprar um gato de um criador (de qualquer raça) não é garantia de que o gato não irá desenvolver PIF.
Caso pretenda comprar um animal de um criador, pergunte se exames de titulação de coronavírus são feitos com regularidade, e exija a apresentação de um resultado negativo (score zero).
Se o animal for positivo para coronavírus, as chances de que ele ele venha a desenvolver a PIF são as mesmas que qualquer outro gato sem raça definida ou resgatado da rua, ou seja, de 1%.

Diagnóstico

Não é fácil diagnosticar a PIF.

Nem todo gato com PIF apresenta líquido livre no abdômen (a PIF seca ou não-efusiva não apresenta esse sintoma).
Tampouco a presença de líquido livre do abdômen pode ser considerada sintoma definitivo de PIF.
Existem outras causas para esse sintoma, como reações inflamatórias, trauma, entre outras.

Por isso, o diagnóstico de PIF só pode ser feito por veterinário, de preferência especializado em felinos (muitos veterinários sequer sabem as informações presentes nesse verbete da wikipedia).

O gato com suspeita de PIF necessariamente será positivo para coronavírus entérico (FECV).
Para identificar se o gato está infectado com o coronavírus entérico (FECV), os exames mais pedidos são os seguintes:

– exames de sangue de detecção de anticorpos específicos, chamado ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay);
– teste de DNA, feito em amostras de fezes para identificação do DNA ou RNA de uma sequência do genoma do patógeno (no caso, o coronavírus), chamado PCR ou PCR Real Time.
Esses testes são extremamente sensíveis à presença de poucos organismos nas amostras, por isso sua especificidade e sensibilidade são muito altas.
Isto faz com que teste por DNA através de PCR constitua um método muito mais acurado e avançado para pesquisa e fins diagnósticos que testes sorológicos convencionais.

O resultado negativo nesses exames normalmente descarta o diagnóstico de PIF.

Importante reforçar: o resultado positivo nesses exames não é conclusivo para PIF.
30 a 40% da população felina (chegando de 80% a 90% em gatis) testará positivo nesses exames, e somente 1% dessa população desenvolverá PIF.
Por isso, é necessário que o médico veterinário associe esse resultado a outros exames clínicos e laboratoriais.

Além disso, quando o gato adoece, o veterinário deve levar em consideração exames clínicos (estado geral do animal) associados a exames laboratoriais (como exame de proteínas totais, nível de AAG e citologia).
Algumas alterações são consistentes com PIF, mas esses exames podem mostrar também outra doença.
Por exemplo, a hiperproteinemia (detectada por exame de sangue) é consistente com o quadro de PIF, mas ocorre também em outras doenças, como nos casos de desidratação ou processos infecciosos crônicos desencadeados por outros patógenos.
Uma das formas mais eficientes de diagnosticar a PIF é por meio de análise de DNA do líquido livre drenado do abdômen do gato (no caso da PIF úmida ou efusiva).
Os testes mais precisos são aqueles feitos em tecidos afetados, seja por meio de biópsia ou autópsia (post-mortem).

Atualmente, não existe teste para verificar o risco individual de que um gato desenvolva PIF.

Dentre os principais sintomas da PIF estão:

– perda de apetite
– emagrecimento rápido do animal
– anemia
– diarreia
– anorexia (o gato se recusa a comer)
– febre constante
– abdômen distendido (na forma efusiva)
– dificuldade respiratória, decorrente do acúmulo de líquido (na forma efusiva)
– inchaço nos gânglios linfáticos
– dores intensas
– comprometimento visão ou das funções neurológicas

Infelizmente, diante de um resultado laboratorial positivo para coronavírus, muitos gatos são sacrificados sem estarem realmente doentes.
Proprietários temem que o gato positivo contamine os demais.
Todavia, há dois fatores que devem ser considerados.

a) deve-se considerar que é altíssima a incidência do coronavírus na população felina, sendo considerável a probabilidade de que seu(s) gato(s) já tenha(m) o coronavírus por anos (quer ele tenha sido adotado na rua, ou comprado de gatis).

b) deve-se considerar que o coronavírus pode permanecer no organismo do animal sem qualquer sintoma por muitos anos e apenas 1% desenvolverá a forma letal da doença.
Se um animal com coronavírus foi introduzido na sua casa, como os gatos da sua casa compartilham caixas de areia e se lambem mutuamente, é muito provável que todos os gatos daquela comunidade estejam contaminados pelo coronavírus.

Por essa razão, diante de uma suspeita de PIF ou de um resultado laboratorial positivo para o coronavírus, é recomendável que o proprietário procure um veterinário especializado em medicina felina.
Uma titulação de coronavírus em todos os gatos pode ser recomendável, e pode demonstrar que todos os animais são portadores e, já sendo portadores, não representam risco de um para o outro.
É importante não deixar que o medo, aliado a informações incompletas fornecidas por veterinários despreparados, leve à decisão de sacrificar o animal.

Tratamento

Não há cura, seja para o coronavírus entérico (FECV), seja para a sua variante PIF.

A maior parte dos gatos contaminados pelo coronavírus entérico viverá muitos anos de forma saudável, sem que o vírus jamais se manifeste.

O gato que desenvolve a PIF (úmida ou seca) não tem prognóstico bom.
O gato com PIF efusiva (úmida) viverá no máximo 2 meses.
O gato com PIF não-efusiva (seca) pode viver até um ano com boa qualidade de vida.

Nos dois casos de PIF, o tratamento disponível é paliativo.
É possível utilizar medicamentos quimioterápicos, medicamentos para estimular o sistema imunológico, anti-inflamatórios, suplementação vitamínica, esteroides para estimular o apetite.
Apenas um médico veterinário poderá prescrever o tratamento mais adequado para cada caso.
Medicar um animal sem acompanhamento veterinário pode levar a uma piora do quadro, já que felinos são muito sensíveis a medicamentos.
Eles facilmente se intoxicam, e pode haver comprometimento de órgãos como o fígado e os rins.
Convém lembrar ainda que vários medicamentos seguros para cães são fatais para gatos.
Apenas o médico veterinário poderá prescrever um tratamento seguro.

Zoonose

O coronavírus e sua variante PIF não são zoonoses, ou seja, atacam exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.

Introdução de novos gatos

Caso fique diagnosticado que um gato manifestou a mutação da PIF, não se recomenda a adoção de novos animais por no mínimo 3 meses.
Recomenda-se ainda que os novos gatos tenham mais que 2 anos, idade em que se tornam menos suscetíveis à mutação.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peritonite_infecciosa_felina

Para ver fotos e saber mais sobre sintomas, tratamentos, prevenção, acesse:
http://www.dr-addie.com/Portuguese/whatisFIPport.html

Este site traz informações básicas da Dra. Laila Massad Ribas:
http://portalmedicinafelina.com.br/peritonite-infecciosa-felina-pif/


 

SÍNDROME UROLÓGICA FELINA

Aspectos Nutricionais da Urolitíase Felina

INFORMAÇÕES GERAIS

Os fatores nutricionais têm sido considerados entre as principais causas da Síndrome Urológica.

A administração de quantidades inadequadas dos diversos elementos minerais na dieta felina, associado à fatores como idade, sexo, confinamento e a presença de infecção do trato urinário, favorecem à formação dos diferentes tipos de cálculos.

Estas condições podem favorecer a supersaturação da urina com cristais, principalmente os de fosfato triplo ou estruvita (fosfato amonio magnesiano) e esses por sua vez, predispõe à formação de cálculos.

Entre os diversos tipos de cálculos, os chamados de estruvita, são os que ocorrem com maior frequência nos gatos.
Outros cálculos como os de urato de amonio, oxalato de cálcio e fosfato de cálcio, são relatados com menor frequência.

O grau de supersaturação da urina com cristalóides calculogênicos pode ser influenciado por um aumento na excreção renal desses cristalóides, que por sua vez, é observado nos casos de ingestão de dietas ricas nesses componentes minerais.

Embora se afirme que os gatos alimentados com dietas secas corram maior risco, gatos alimentados com diversas dietas (seca/úmida), desenvolvem a síndrome.

As rações secas favorecem o desenvolvimento da síndrome mais do que as dietas úmidas enlatadas, pois os animais que recebem dietas secas têm um consumo total de água menor do que aqueles que ingerem dietas úmidas , havendo uma consequente diminuição no volume urinário, e a baixa densidade calórica das dietas secas, resulta numa maior ingestão de minerais, favorecendo um aumento da concentração urinária de cristalóides calculogênicos.

TIPOS DE CÁLCULOS

Cálculos de estruvita

Estudos têm demonstrado que o principal mineral envolvido no aparecimento da urolitíase é o magnésio, uma vez que os cálculos de estruvita (fosfato amônio magnesiano) são os mais frequentemente encontrados em felinos acometidos.

Durante muito tempo acreditou-se que quanto maior a quantidade de magnésio na dieta, maior a chance do desenvolvimento da síndrome.
Hoje acredita-se que para evitar a precipitação dos cristais de estruvita na bexiga, a manutenção de pH urinário ácido seja mais importante do que o controle da ingestão de magnésio, uma vez que os cristais de estruvita têm sua solubilidade diminuida em pH > 6,4.

O tipo de dieta e a frequência com que o animal a recebe, podem interferir diretamente no pH urinário, favorecendo ou não a precipitação dos cristais de estruvita.

A proteína de origem animal é rica em aminoácidos sulfurados como cisteína e metionina, essa oxidação leva a produção de urina ácida.
Em contrapartida, os cereais e vegetais de um modo geral promovem a formação de urina alcalina devido a grande quantidade de potássio e ânions inorgânicos.
Assim, quando os animais são alimentados com produtos cárneos ou ração úmida enlatada, composta por derivados de origem animal, tendem a produzir urina ácida, enquanto a dieta seca, que em sua formulação estão incluídos cereais, tendem a resultar na formação de urina alcalina.

Outro fator considerado de importância fundamental na produção de urina alcalina, mesmo que temporária, é a onda alcalina pós-prandial, que resulta da secreção de ácido gástrico em resposta à ingestão de alimento.

A perda de ácido clorídrico é compensada pelos rins, que passam a conservar ácidos e excretar bases, o que determina a formação de urina alcalina.
A alcalinização máxima da urina ocorre aproximadamente quatro horas após a ingestão do alimento e está na dependência do volume ingerido; portanto, a alimentação ad libidum (“à vontade”, “a bel-prazer), assim como a ingestão de produtos de origem animal, podem gerar uma onda alcalina pós-prandial de magnitude moderada, resultando em pH urinário próximo à 7,0.

Cálculos de urato de amônia

Dos cálculos encontrados em felinos, os de urato de amônia e o ácido úrico, apresentam baixa incidência em felinos. São localizados tanto no trato superior quanto no trato inferior e estudos indicam que os machos são mais afetados que as fêmeas.

Um defeito da reabsorção tubular renal e anomalias porta-vascular têm sido incriminados como causas em poucos casos, a causa de formação na maioria dos cálculos, por urato de amônio não foi estabelecida4.
Contudo, a formação de urina altamente ácida e altamente concentrada, associada ao consumo de alimentos ricos em precursores de purina (especialmente fígado) parece estar envolvida em alguns casos.

Cálculos de Oxalato de Cálcio

Os cálculos de oxalato de cálcio apresentam baixa frequência em felinos.
Esses tipos de cálculos são localizados nos rins, bexiga e uretra, sendo os gatos machos mais afetados que as fêmeas.

A causa (ou causas) primária da urolitíase de oxalato de cálcio de ocorrência natural é desconhecida.

Embora a deficiência de vitamina B6 experimentalmente induzida, tenha resultado em nefrocalcinose por oxalato, em gatos, não foi observado uma forma naturalmente ocorrente desta síndrome.

Vale a pena notar que foi relatado que o magnésio é inibidor da cristalização do oxalato de cálcio em ratos e em seres humanos, por esta razão , algumas vezes recomenda-se a adminstração oral de magnésio para que seja evitada a recidiva de urólitos de oxalato de cálcio.

O uso de acidificantes e/ou sódio suplementar (cloreto de sódio) foi associado a hipercalcemia em algumas espécies.

Cálculos de Fosfato de Cálcio

Este tipo de cálculo é o que possui a menor incidência entre os demais já citados.
São localizados nos rins, bexiga e uretra e ocorrem em machos e fêmeas em igual frequência.

Em algumas circunstâncias, cálculos de fosfato de cálcio ocorrem como resultado da mineralização de coágulos sanguíneos que se formaram e ficaram encarcerados no sistema urinário.

PREVENÇÃO

A prevenção de cálculos de urato de amônia deve englobar o consumo de dietas pobres em precursores da purina (fígado), e um esforço para produção de urina menos ácida (pH +/- = 7,0) que não seja altamente concentrada.

Em cálculos de oxalato de cálcio não foram publicados estudos controlados para avaliação da eficácia de prevenção da formação de cálculos de oxalato de cálcio.

A prevenção da formação de cálculos de estruvita baseia-se na administração de um manejo alimentar.

O objetivo primário do manejo alimentar é reduzir a concentração urinária de magnésio e fosfato, através da redução da sua excreção e manutenção do volume de urina.

Um objetivo secundário é manter um pH ácido da urina.

Contudo, tanto a ocorrência como a recidiva podem ser previnidas, fornecendo -se somente dietas que contenham 20mg ou menos de magnésio/100 Kcal.

Essas podem ser compradas comercialmente, ou podem ser preparadas à partir de rações caseiras.

O fornecimento contínuo de uma dieta calculolítica é necessário em casos raros que recidivam, mesmo com consumo restrito de magnésio.

 

Finalmente, e como resumo, o manejo alimentar para controle da urolitíase, deve reunir as seguintes características:

– deve proporcionar nutrição completa para o gato adulto;

– deve permitir a formação de urina ácida (o PH urinário do gato pode scilar normalmente entre 5,5 e 8,5).

Em casos de urolitíase, o ideal é mantê-lo abaixo de 6,5;

– a restrição de magnésio pode ser benéfica porque há um pequeno percentual de gatos que não respondem positivamente à acidificação urinária mas, por outro lado respondem à uma restrição de magnésio;

– fornecer alimentação ad libitum, tentando minimizar os efeitos das marés alcalinas (onda alcalina pós-prandial);

– manter o equilíbrio hídrico:

é fundamental que o gato sempre tenha livre acesso à água limpa;

– também é importante que a dieta seja altamente digestível.

Sergio Luís A. Pitarello, Médico Veterinário

http://www.saudeanimal.com.br/artig135.htm


 

SÍNDROME DE PANDORA

ou Cistite Intersticial Felina

Veja:

http://caesegatos.com.br/sindrome-de-pandora-nao-tem-causa-determinada-e-pode-envolver-di

e

https://lmveterinaria.com.br/sindrome-de-pandora-ou-cistite-intersticial-felina/


Toxoplasmose

Dra. Vanessa Pimentel

A Toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um parasita denominado Toxoplasma gondii.

É um parasita predominante em gatos ao redor do mundo apesar de outras espécies também poderem ser infectadas.

O gato apresenta a característica ímpar de ser o único hospedeiro definitivo do parasita, o que significa que  o organismo precisa passar pelo gato para completar todos os estágios do seu ciclo de vida.

Os gatos geralmente se tornam infectados quando se alimentam de roedores, alguns tipos de insetos, e também através da ingestão de carne mal cozida.

Apesar de gatos que têm acesso à rua apresentarem maiores chances de serem infectados, gatos que permanecem exclusivamente dentro de casa também podem adquirir a doença.

Uma vez que o sistema imune tenha sido exposto ao organismo responsável pela Toxoplasmose, anticorpos serão produzidos.

Anticorpos (também conhecidos como globulinas) desempenham um importante papel de proteção no sistema imune.

No entanto, a detecção de anticorpos contra Toxo significa APENAS que a pessoa ou o gato foram expostos.

Isso NÃO significa que a Toxoplasmose ativa esteja presente.

Nos Estados Unidos, cerca de 30% a 50% dos gatos apresentam anticorpos contra Toxo.

Estima-se que cerca de 1/3 dos seres humanos já foram expostos.

No entanto, tais estatísticas não significam que gatos e seres humanos com positividade para anticorpos têm Toxoplasmose.

A presença de anticorpos significa apenas que exposição ao organismo da Toxo ocorreu no passado.

Em seres humanos, os sinais clínicos raramente são aparentes quando o sistema imune encontra-se normal.

Se sinais de doença estiverem presentes, estes geralmente são auto limitantes e inespecíficos.

A maioria dos sinais clínicos resultam de replicação do organismo dentro dos tecidos.

O sistema respiratório pode estar envolvido, dando a impressão de que se trata de uma gripe.

Em outros casos, pode parecer semelhante a mononucleose, com febre e aumento dos linfonodos.

Em seres humanos com sistema imune comprometido (como pacientes com AIDS ou aqueles em quimioterapia), as consequências da Toxoplasmose podem ser devastadoras, eventualmente levando à morte do indivíduo.

Em gatos, os sinais clínicos mais comuns estão relacionados com alterações inflamatórias nos olhos.

O sistema respiratório, fígado, cérebro e medula espinhal também podem estar envolvidos, com sinais de pneumonia icterícia (mucosas amarelas) ou convulsões.

Proprietários que estejam preocupados quanto à infecção por Toxoplasmose devem procurar seus médicos para testes.

Os veterinários são frequentemente questionados a testar gatos que pertencem a mulheres grávidas.

Mulheres gestantes devem estar atentas aos seguintes pontos quanto a testes para Toxoplasmose:

– Um teste para anticorpos contra Toxoplasmose pode ser realizado tanto em mulher gestante quanto no gato.

– Um resultado negativo significa que a mulher (e/ou o gato) não foram expostos ao organismo da Toxoplasmose.

– Uma simples titulação de anticorpos positivos, realizada no gato e/ou na mulher, significa que já houve exposição ao organismo da Toxoplasmose em algum momento de suas vidas.

– Para se determinar se a infecção é ativa, um segundo teste deve ser realizado 2-4 semanas depois.

Esteja ciente de que não existe nenhum teste capaz de determinar que uma infecção tenha ocorrido através do contato direto com um gato.

Se ambos os testes apresentarem resultados similares, ocorreu uma infecção no passado e um certo grau de imunidade existe.

Se o segundo teste estiver significativamente mais alto que o primeiro existe uma grande possibilidade de que um caso ativo de Toxoplasmose esteja ocorrendo.

É muito importante que ambos os testes sejam realizados pelo mesmo laboratório para que os resultados possam ser comparados de maneira apropriada.

Exames de fezes são de pouco auxílio para a determinação da presença ativa da Toxoplasmose no gato.

A maioria dos gatos eliminam o organismo uma vez na vida e apenas por um período de poucos dias.

Clindamicina é o antibiótico de eleição para tratamento de gatos com Toxoplasmose.

Não há evidências que indiquem que esta droga seja capaz de remover completamente o organismo do corpo do gato, apesar da maioria dos gatos apresentarem melhora dentro de 2 a 3 dias após início do uso da medicação.

Infecções que envolvam os olhos e o cérebro são mais difíceis de serem tratadas.

Em geral, melhores resultados são obtidos quando os gatos são tratados por 4 semanas ou mais.

Gatos que respondem à terapia com Clindamicina e são negativos para os vírus da leucemia e imunodeficiência felinas apresentam um bom prognóstico.

Aqueles gatos que apresentam sistema imune mais fraco, em estágios avançados da doença ou em casos de infecção do sistema nervoso central, apresentam prognóstico reservado.

Conforme mencionado acima, diversas espécies podem desenvolver a doença Toxoplasmose, incluindo seres humanos e cães, mas o organismo só consegue completar seu ciclo de vida dentro do gato doméstico.

Isso significa que o gato pode estar infectado com o organismo da Toxo e transmiti-lo a outros gatos ou outras espécies, incluindo seres humanos.

A infecção em seres humanos resultantes do contato direto com gatos infectados é extremamente improvável.

 

Para que ocorra a infecção:

– O gato tem que estar infectado com o organismo da Toxoplasmose.

Isso geralmente ocorre como uma consequência da alimentação de carnívoros através de ratos, ou ingestão de carne mal cozida, como porco e carneiro.

Outras fontes de infecção para gatos inclui baratas e minhocas.

– O gato tem que estar eliminando o organismo nas fezes.

Isso ocorre somente por aproximadamente 10 dias.

Isso frequentemente ocorre apenas uma vez em toda a vida do gato.

– Os organismos nas fezes do gato têm que ter 5 a 10 dias para esporularem (“incubarem”).

Esta “incubação” tem que ocorrer depois que as fezes saem do organismo do gato.

Portanto, fezes frescas não podem causar a transmissão da infecção a seres humanos.

– O organismo da Toxoplasmose tem que ser engolido, ingerido pela pessoa para infectá-la; ele não é disseminado através do ar.

 

O organismo da Toxoplasmose geralmente infecta pessoas através da ingestão de carnes cruas ou mal cozidas e verduras mal lavadas.

Uma vez que muitos hambúrgueres de restaurantes chamados “fast-food” são feitos com carne de boi misturada com carne de porco a infecção de seres humanos ocorre muito mais frequentemente desta maneira do que através dos gatos.

Apesar de se tratar de uma doença com consequências ruins, é importante lembrar que a Toxoplasmose ocorre raramente, especialmente considerando o número de pessoas com anticorpos contra Toxoplasmose.

Em pacientes com AIDS e Toxoplasmose, a doença geralmente é considerada uma reativação de uma infecção prévia e não o estabelecimento de uma nova infecção.

Por esta razão, geralmente é desnecessário retirar gatos da residência de pessoas infectadas pelo HIV.

Maneiras práticas de se prevenir uma infecção:

– Não permita que seu gato se alimente de ratos ou carnes mal cozidas.

– Alimentar seus gatos com ração e não permitir que tenham acesso à rua reduz a possibilidade do gato tornar-se infectado.

– Limpe as fezes da caixa de areia do seu gato diariamente.

– Mesmo que as fezes estejam infectadas com oocistos da Toxoplasmose, eles precisa permanecer na vasilha de areia sanitária (para incubação) por 1 a 5 dias antes de se tornarem infectantes. Para segurança extra, mulheres gestantes não devem limpar as caixas de areia ou usar luvas para tal.

– Quando estiver trabalhando com solo (ou canteiros de flor) onde gatos podem defecar, use luvas.

– Evite se alimentar de carnes cruas ou mal cozidas e hambúrgueres de fast-food.

– Lave bem as mãos e tábuas, facas e todos os outros utensílios utilizados na preparação de carnes cruas.

– Lave bem todas as frutas e vegetais antes de ingeri-los.

– Mantenha caixas de areia onde crianças brincam sempre cobertas. Gatos que têm acesso à rua frequentemente utilizam tais caixas de areia para defecarem. Mesmo que as fezes sejam removidas, a caixa de areia pode permanecer contaminada com parasitas.

Curiosidade – A incidência de anticorpos contra Toxoplasmose em veterinários nos EUA não difere do restante da população.

Dra. Vanessa Pimentel, Médica Veterinária – Coordenadora da “Clínica Só Gatos” de Brasília/DF, Mestra em Medicina Veterinária, especializada em Medicina Felina com aperfeiçoamento nos EUA e membro da Associação Brasileira de Clínicos de Felinos (ABFel).

– Fonte: http://www.clinicasogatos.com.br/duvidas/toxoplasmose.html

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Mais ARTIGOS sobre Toxoplasmose:

TOXOPLASMOSE, A CULPA NÃO É DO GATO

Dra. Gabriela Toledo, Médica Veterinária, CRMV-SP 28.659
Presidente da PEA www.pea.org.br e Gestante de 5 meses em 09/12/11

http://www.pea.org.br/cuidados/toxoplasmose.htm

TOXOPLASMOSE: O GATO TEM CULPA?

Dr. Reginaldo Pereira, Médico Veterinário, CRMV-CE 1598

Especialista em felinos, membro da ABFEL

http://veterinariodefelinos.com.br/site/?page_id=135

TOXOPLASMOSE E A ÉTICA NA PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Andrea Lambert, Médica Veterinária e Renata de Freitas Martins, advogada

http://www.fernandosantiago.com.br/toxoplas.htm 


 

Tumor de Mama em Cadelas e Gatas

O tumor mais comum em cadelas e gatas não castradas é o câncer de mama.

Geralmente o tutor leva o animal ao veterinário para examinar aquele caroço duro que aparece na  parte de baixo da barriga.

Muitas vezes o veterinário detecta a formação em um exame de rotina.
Este tumor pode aparecer em fêmeas após os 5 anos de idade, se não foram castradas precocemente, isto quer dizer, antes do primeiro cio.

O importante é que, uma vez feito o diagnóstico, se tomem providências o mais rápido possível, como:

fazer exames de Ultrassom e RX para saber se o câncer não se espalhou (metástase); fazer os exames pré-cirúrgicos e retirá-lo o mais breve possível.

Vale lembrar alguns detalhes: as cadelas e gatas têm 2 cadeias mamárias, uma de cada lado, e o veterinário tem que decidir o quanto da cadeia vai ser retirada.
Muitas vezes retiramos toda a cadeia mamária de um dos lados.

Outro detalhe é que toda cadela ou gata com câncer de mama tem que ser castrada, muitas vezes aproveitamos a cirurgia para fazermos a retirada do tumor e castrá-las ao mesmo tempo.

Quando o tumor de mama estiver ulcerado (tenha se rompido e a pele ferida), talvez, devemos esperar um pouco e tratar a infecção antes de fazermos a cirurgia.

Toda vez que se fizer uma cirurgia, o material deve ser submetido a uma análise (histopatológico) para sabermos o tipo do tumor, se foi retirado totalmente e se vai precisar de quimioterapia.

Por esta razão, este tipo de atendimento deve ser feito por um veterinário oncologista que saberá como tratar este tumor.

A maioria destes tumores são malignos, adenocarcinomas, mas felizmente são lentamente metastáticos, ou seja, demoram para se espalhar.

O local mais comum de metástase são fígado e pulmão.

Faça exames de toque de mama sempre em sua gata ou cadela apalpando as duas cadeias de mamas e analisando se sente algum carocinho.
Comece apalpando a mama perto da perna traseira até as axilas. Caso sinta algo anormal entre em contato com o veterinário.

O Pet Care dispõe de atendimento de ONCOLOGIA.
Postado por PetCare em 28 de outubro de 2012
http://petcare.com.br/blog/cancer-de-mama-ou-tumor-de-mama-em-cadelas-e-gatas/


 

Vômitos em Gatos

Dra. Patrícia Nuñez Bastos de Souza

 

Esta é uma queixa bastante comum especialmente na Clínica de Felinos.

Na maioria das vezes há raros episódios, com intervalos de tempo espaçados, que normalmente não tem muito significado clínico quando não está acompanhado de outros sintomas.

Porém, se seu bichano vomita pelo menos uma vez por semana, é necessário levá-lo ao veterinário para um check-up e tentar descobrir qual a causa deste sintoma.

Observe qual o conteúdo do vômito e se há algum outro sintoma, como a perda do apetite, emagrecimento, diarreia e prostração.

Estamos falando aqui de ocorrências únicas diárias de vômitos, alternados com grande espaço de tempo sem qualquer alteração (quadro crônico), e não quando seu gato começa a vomitar várias vezes num mesmo dia (quadro agudo), pois neste caso você deverá levá-lo imediatamente ao veterinário, para que ele não desidrate.

Alguns animais logo após se alimentarem expelem o alimento ingerido.

Isto é chamado de regurgitação, pois o conteúdo não chegou ao estômago e, normalmente, é eliminado com uma forma cilíndrica (forma do esôfago) e o alimento não está digerido.

É comum após a regurgitação o gato ingerir este conteúdo novamente (eca! não se assuste, este é um comportamento normal).

No caso do vômito, o animal elimina secreção gástrica, a consistência é mais aquosa e pode haver bile, possui um odor um tanto característico e o que foi ingerido pelo gato se encontra digerido.

A recorrência do vômito em gatos pode ter várias razões, pode não ter significado clínico, ou indicar ingestão excessiva de pelos, por falta de escovação ou por alteração comportamental (o gato arranca os pelos compulsivamente), ou, ainda, por problemas como alergia alimentar, gastrite, ingestão muito rápida de alimentos, lipidose hepática, obstrução intestinal e outros. Vamos comentar aqui as causas mais frequentes.

Pelos

A formação de bolas de pêlo no estômago é a principal causa de vômito.

Os gatos ingerem pêlos ao se lamberem e, algumas vezes, esses pêlos causam no estômago alterações na motilidade e irritação da mucosa gástrica (gastrite). A forma simples de se evitar ou minimizar o problema é a escovação diária, a favor e contra o sentido do pêlo.

Gatos de pêlos longos apresentam mais problemas, mas os de pêlo curto padecem do mesmo mal.

Além da escovação há alguns produtos que ajudam o felino a expelir as bolas de pêlo.

Alergia alimentar

Mudanças súbitas na dieta como a troca de ração também podem desencadear vômitos.

Observe se a ocorrência do problema está ligada a estas causas e converse com o veterinário.

Existem rações hipoalergênicas no mercado (para animais sensíveis), que diminuem ou evitam a intolerância alimentar.

Às vezes uma simples mudança de ração já resolve o problema.

Corpo estranho

Devido à curiosidade dos gatos, existe a possibilidade de ingestão de objetos que podem obstruir o trato digestivo e ocasionar vômitos.

O mais comum é a ingestão de corpos  lineares (fios, linhas ou barbantes).

Esta é uma condição séria, que requer intervenção cirúrgica, mas que pode se iniciar com vômitos esporádicos.

Para o correto diagnóstico são necessários radiografias, ultrassonografia e um exame clínico apurado.

Existem outras causas de vômitos em gatos, como: parasitismo (vermes), pancreatite, distúrbios hepáticos, infecções, medicamentos, toxinas ou plantas.

Se você se depara com vômito esporadicamente, mas o apetite, a atividade e o comportamento de seu animal são normais, não há necessidade de preocupação.

Faz parte do nosso convívio com eles (embora não seja a parte mais agradável!), mas, se vem acontecendo com frequência, não hesite em contatar o veterinário. Esta é a atitude mais correta a ser tomada. Seu bichano agradece!

Dra. Patrícia Nuñez Bastos de Souza é médica veterinária.

Fonte – http://www.revistapulodogato.com.br/pulodogato/materia_vomito_em_gatos.php 


 

Publicado em CÃES E GATOS – Doenças de Gatos

GatoVerde, em defesa dos Direitos animais