COMPORTAMENTO FELINO

 

Gatos Medrosos

 

FOBIA DE PESSOAS

Dra. Luelyn Jockyman, Médica Veterinária

 

Existem várias razões pela quais gatos tem medos e fobias.

Algumas respostas de medo são inatas, por exemplo:

– medo de predadores (que é um comportamento normal, importante na preservação dos animais do perigo),

– problemas envolvendo respostas de medo excessivo (podem ser devido a um temperamento amedrontado hereditário),

– falta de socialização adequada e

– uma aversão aprendida em uma experiência desagradável.

Podem ainda ser uma combinação de todos esses fatores.

 

Não importa a causa, medos e fobias são muitas vezes reforçados nos animais o tempo todo pelas atitudes das pessoas.

Cada vez que uma experiência de medo leva o animal a tentar escapar e consegue, o comportamento é reforçado.

Quando uma experiência de medo faz com que o dono conforte o animal com afeição, atenção ou comida, o comportamento é reforçado.

Por outro lado, punir esses animais pelo comportamento cria somente mais medo e mais ansiedade.

 

Dependendo de como o gato foi socializado quando filhote e das experiências que teve com pessoas em qualquer época da sua vida, ele pode ter medo de indivíduos que não lhe são familiares ou aos quais associe uma experiência aversiva.

Na maioria das situações, o animal tentará realizar o comportamento que ajudará a evitar a interação com o estímulo que provoca o medo ou aumentará a distância entre ele e este estímulo.

Os padrões de comportamento inato e o condicionamento determinam se o animal vai ficar imobilizado, fugir ou lutar.

Essa resposta pode ser perigosa se envolver agressão.

Por isso, fica um lembrete: jamais se aproxime de um gato com medo, principalmente se estiver encurralado.

 

O comportamento amedrontado é exibido quando o gato é exposto a todo tipo de pessoas, indivíduos com características específicas, ou na maioria dos casos , somente na presença de uma pessoa em particular.

 

Cada gato vai reagir de forma própria  em resposta ao encontro com o que lhes causa medo.

Alguns podem responder com agressão, enquanto outros respondem se acovardando, ficando imóveis ou fugindo.

Outros comportamentos que podem ser vistos incluem tremores, hiper salivação, eliminação e pupilas dilatadas.

 

O prognóstico é variado mas é considerado bom na maioria dos casos se a duração for curta e o gato for adequadamente socializado.

Se o problema começou durante a idade adulta, e se o dono tem controle sobre as situações durante as quais o gato interage com outras pessoas, o tratamento se torna mais fácil.

O prognóstico é ruim se os gatos que demonstraram medo de pessoas, assim como de estímulos ambientais desde uma tenra idade, nunca passaram por uma experiência previa desagradável para terem desenvolvido tal comportamento.

 

Uma variedade de técnicas pode ser utilizada para o tratamento do medo.

 

Não importa o método utilizado, o sucesso do tratamento requer que o dono identifique todos os estímulos que evoquem medo para que o gato possa ser reintroduzido sob situações controladas e não fóbicas.

O objetivo é ensinar os gatinhos a associar o estímulo com eventos agradáveis .

É importante a pessoa saber que reforçar e recompensar o felino quando ele está amedrontado, vai firmar o comportamento, enquanto punições irão aumentar a ansiedade e agravar ainda mais o medo.

Para cada estímulo que provoque medo, o dono deve desenvolver um grau ou hierarquia de estímulo do mais fraco ao mais forte.

Utilizando estímulos que são similares aos estímulos que provocam medo e aumentado a distância entre os mesmos e o gato .

O gato deve ser re-treinado num ambiente amigável e não ameaçador onde ele possa ser controlado ou distraído.

O estímulo deve ser suave o suficiente para que o gato possa ser motivado mas não reaja a ele, como sentar, comer sua comida ou brincar com seu brinquedo.

 

Como um exemplo, um gato que tem medo de estranhos na casa deve primeiro ser exposto às pessoas a quem ele conhece, ganhar agrados e só depois repetir o processo com desconhecidos.

No início, os estranhos devem ignorar o gato e os donos devem dar recompensas se este não demonstrar sinais de medo.

Depois, as recompensas devem ser dadas pelo estranho, mas somente se o gato se aproximar dele voluntariamente de uma maneira não amedrontada.

 

Medo de pessoas é relativamente fácil de prevenir através de uma socialização própria.

O animal jovem deve ser exposto a maior quantidade de pessoas possível durante seu período de socialização.

Recompensas, brincadeiras, interações sociais facilitarão a socialização.

O veterinário deve reforçar essas noções para nas visitas à clínica.
Caso as técnicas de modificação de comportamento sozinhas não resolvam, o uso de medicamentos homeopáticos e terapia floral ajudarão.

 

TRATAMENTO DE GATOS QUE TEM MEDO DE PESSOAS

1 – Identifique o estímulo e seu limite

O exato estímulo que gera medo deve ser identificado. Por exemplo, o gato pode ter medo de homens, mas não de mulheres.

2 – Estabelece o grau de estímulo

Se a distância que o gato identifica a pessoa é de 15 m e a distância que ele começa a sentir medo é 8 metros, os exercícios devem começar ao 10 metros.

3 – Dessensibilização

Paciência, controle e  persistência.

Aos poucos o gato vai associar coisas boas a presença das pessoas, e ficará dessensibilizado.


Dra. Luelyn Jockyman, CRMV SP 14.512

Médica Veterinária graduada pela UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2001

Fonte – http://www.consertodecaesegatos.com.br/?cat=11  – publicado em Medos e Fobias – 2011


 

 

Leia também esta ótimo artigo com dicas preciosas:

 

PARA ACALMAR UM GATO ARISCO OU MEDROSO

http://blog.catclub.com.br/5-dicas-para-acalmar-um-gato-medroso-ou-arisco/


 

Veja o vídeo:  “Gato Como Ele É

 


 

A cirurgia de castração evita doenças, previne tumores, facilita o convívio e é garantia de bem estar emocional para cães e gatos, machos e fêmeas.

Saiba mais sobre os benefícios da cirurgia de castração para animais de companhia na página CASTRAÇÃO.

 

 

Gato Verde, em defesa dos Direitos Animais